Os lúcidos seguidores

30 de out. de 2014

A porta aberta


Nesses últimos meses, esvaziei várias garrafas de whisky, e eu nem sequer bebo algum tipo de líquido entorpecedor, mas esvaziei. Deixei a porta aberta ontem a noite, para que alguém entre, mesmo que seja um desconhecido, será bem-vindo em minha humilde residência. Esvaziei a geladeira, não que eu queira ser mal-educado, mas a comida esta muito cara e as bebidas são as minhas necessidades. Caso alguma criatura entre, que ela se sirva de sobremesa, que sente na poltrona e que aproveite aconchego de minha sala.

Agora todas as noites, minha porta estará aberta, mas suspeito que ninguém há de entrar, nenhuma pessoa suspeita que em uma porta desconhecida, haverá de ter algum prazer.

29 de out. de 2014

O Casamento (Un sacré Mariage) - Curta/Animação





Produzido por Gregory Verreault.
Como um acidente pode tornar uma cerimônia de casamento, normalmente tão cansativa, em algo bem mais legal!

27 de out. de 2014

Se você fosse uma palavra


Se você é uma palavra
A palavra é o amor
Amor a vida a cima de tudo
E o tudo é a felicidade
De saber viver
Viver é a dor do momento
Você é cura
Para o tormento
É uma vida cheia de sabor
Aprecia as coisas simples

E esquece da dor

25 de out. de 2014

Só um pouco de você


Eu só quero um pouco de você
Um sorriso sem jeito
Até um abraço desengonçado
Eu só preciso de um pouco
Não me importa o pedaço
Um pouco de qualquer jeito
Para preencher o meu peito

Que se diz bagunçado

22 de out. de 2014

A rotina de um bêbado



            Sento no balcão, apoio meus cotovelos nele e tiro meus óculos. Peço uma cerveja e dois copos. Encho o copo e em seguida viro, encho de novo e dessa vez tomo a cerveja bem devagar. Olho para a entrada e o sol queima minha vista. Essa é a velha rotina de um bêbado. Bebo cada copo como se fosse o último, cada gole como se fosse o primeiro. A cada garrafa, me torno menos lúcido, e a lucidez pra mim é as rédeas que orienta nossa vida, na realidade cruel. O que me espera quando a lucidez acabar? 

19 de out. de 2014

O silêncio mortal


Enquanto um não fala ou outro se cala
Na calada da noite ficamos estáticos
O silêncio pode ser um veneno
Temos que falar para escarrar
O que nos entala, o que nos mata
Enquanto o sigilo reina
A vida passa e se perde em nossas bocas
Vazias e ecoas, efeito de um silêncio mortal