Os lúcidos seguidores

27 de jan. de 2013

A ilusão necessária


Se no mundo não houver ilusões, não haveria o amor e nem a dor, haveria apenas a amarga realidade, crua e seca para te alimentar. E assim não poderíamos sonhar e nem viver a pensar, pois tudo isso esta cercado de uma dose mínima de ilusão. Não viveríamos. Apenas existiríamos sem expectativas e sem desilusão.

19 de jan. de 2013

Indo a guerra


  
         O que é mais digno morrer em batalha ou ausentar do morticínio, vivendo na sua falsa liberdade e com suas escolhas medíocres? Por outro lado, é fácil dizer que tem coragem com uma espingarda na mão. Até eu diria. Mas se ausentar nem sempre é sinal de covardia, e sim de inteligência. Principalmente quando a morte é inevitável. Mesmo assim muitos preferem a medalha de honra em cima do caixão. O que faz do soldado um homem, não é a sua arma, mas a sua capacidade de viver entre árvores, de dormir no chão áspero e de passar dias sem tomar banho, e mesmo assim manter sua integridade psicológica. Quem se ausenta da batalha, dorme no melhor de suas condições. Acho que morrer ou sobreviver na batalha é mais digno, não pelo rifle, mas pelas experiências e pelas condições. Me sentiria mais forte e menos dependente.


17 de jan. de 2013

O gozo escasso



Você não vale um cigarro perdido
Não vale o conto esquecido
Ou mesmo as moedas perdidas e sem valor
Que corpo se renove e minha alma reviva
Das cinzas que sobraram do passado
Não quero gastar palavras
Não irei usar do meu gozo escasso
Para saciar aquilo que não tem valor
A dor da realidade é o prazer de não ter sofrido
Por um amor barato e incapaz
Você não vale um cigarro perdido


16 de jan. de 2013

A raiva dela



            A raiva do momento, fez do momento, algo inesquecível. Somente a raiva para fazer algo banal, um verdadeiro inferno astral. Cadeiras quebradas, mesas partidas, paredes esmurradas e mães ofendidas. Prejuízo financeiro e uma catarse perfeita. No momento seguinte, enfim o equilíbrio mental.

15 de jan. de 2013

Os versos que nunca existiram



Sentado na escrivaninha e escrevendo
Me embriago de ideias
Me perco no horizonte do papel
Sujo minhas mãos de tinta, de sangue azul
Escrevo clichês de uma vida
E escondo os verdadeiros poemas
Nas palavras que não escrevi
E assim me dito e me faço
Poeta ordinário
Desenhando em versos que nunca existiram
O desenho imperfeito da vida
Me faço poeta enfim
Mesmo que imaginário 

14 de jan. de 2013

Vazia e confusa


                       Karol estava confusa, andava pela rua, afim de chegar logo em casa. Karol não entendia sua vida, tinha dúvidas de suas mais tolas certezas. Ela chegou em casa, tirou parte da roupa e se deitou na cama, afim de fechar os olhos e esquecer tudo aquilo que a atormentava. Se virou de lado e ficou de cara com um espelho, se viu dentro de seus olhos. Dentro dela, tinha apenas o vazio. Vazio que as vezes transbordava, quando uma lágrima escorria. Karol se fechou na posição de um feto, e um feto ela se tornou. O vazio era tão imenso, que o mundo se acanhou e a rejeitou, como uma mãe a rejeitar o filho que ainda não nasceu. O vazio refletia no espelho, o olhar a entregava, como um testemunho vivo, de que ela ainda não viveu o suficiente, para valer sua vida.