Os lúcidos seguidores

31 de jul. de 2010

O meu eu



Meu ser viaja
Minha alma voa
Meu corpo dorme
Meu espirito soa

Sonhar



Hoje dormindo ao meu leito, sonhei longe, voei quilômetros, corri léguas, me divertir atravessando paredes, vendo as pessoas acordadas assistindo TV, vi muita gente, que deveriam estar dormindo igual a mim, vi pessoas dormindo se contorcendo de fome, vi pessoas matando, roubando, criando, fazendo outras pessoas, vi todo tipo de gente, que a gente não conhece ou se esquece, ou finge que não vê quando o sol esta a iluminar, vi pessoas se divertindo, incumbindo no novo mundo, eu vi que a escuridão esconde muito além do céu azul, coisas que nossas mentes dormentes, nem sonham em sonhar.

Dose diária



No céu azul, no sol quente, faço meu dia de acordo com minha vontade, sou verdade, mas quem não é humano, e humanos se iludem, em tolos desejos, que a carne há de querer.

Viver é mais uma dose de coragem, não tentamos beber de uma vez só toda a garrafa, se só foi nos permitido, beber uma dose diária, para sabermos que o dia e o agora é que faz a diferença.

Fim de férias



Fim de férias, o quanto supliquei por esse momento, o quanto angustiante é viver trinta dias preso no seu lar, vivendo de momentos repetidos, numa liberdade tão minúscula que nem parece liberdade, daqui dois dias acabam o inferno, e poderei em fim viver em paz, me sentir feliz, enfim capaz.

30 de jul. de 2010

Velhos Amigos



Suas coisas de crianças estão velhas, e inúteis, como aqueles que um dia, correu contigo, foram todos repelidos, e esquecidos em algum lugar distante da memória, sua vida foi construída por momentos, por felicidades, por razões tão simples, sua vida foi feita com outras vidas, num jogo ingênuo do destino, e nos teimamos em destruí-los para cumprir com seu dever social, suas coisas de crianças agora sujas e quebradas, nunca poderão ser as mesma que um dia foi, suas lembranças nunca reviveram, pois desde aquela época, aquelas vidas morreram dentro de ti. Velhos amigos, tão singelos, mas me entendiam como deus me entende, por completo, um verdadeiro amigo tem que ser eterno.

29 de jul. de 2010

Pseudos Amores



As pessoas amam por amar, amam da boca pra fora, amam sem o sentido do amor, sem conhecer a verdadeira face da dor, o que é ter um amor? As pessoas ultimamente fazem sentimentos industrializados, como se fossem fácil nutrir algo tão forte que chega manipular nossos corpos, todos escolhem o que sentir, pulando todas as etapas, ou nem sentem nada e apenas fazem.

Somos tão evoluídos assim, a ponto de gostarmos de alguém em um segundo como se fossem 100 anos, e somos ao mesmo tempo tão frios assim, a ponto de tanta paixão e devoção morrer em menos de um milésimo de segundo, como fica o coração um abandonado retraído cheios de ilusões, morrendo aos poucos suplicando verdadeiras emoções.

28 de jul. de 2010

Mulher veneno





Doce veneno
Que escorre dos seus lábios
No qual minha boca sente
No teu beijo quente
Torno-me a ludibriar
Ao seu doce veneno
Que me mata de prazer
Corroem meu viver
Beija-me, mata-me de amor

Lembro Vagamente




No frio do momento, a olhar as árvores, os pés de fruteiras, toda essa gente a se movimentar, lembro vagamente de tudo aquilo, e tudo aquilo nada, mas é que isso a me chamar, isso é mais que o suficiente, para fazer o meu coração chorar, pois meu pensamento viaja longe e solitário e meu corpo preso fica a se lamentar, se pudesse eu voar, voaria só para te visitar.

27 de jul. de 2010

Ao longe





Se ao longe o corpo renega
E perto sossega
Porquê não voltar

25 de jul. de 2010

O Restaurante



Hoje no restaurante sentado na mesa com minha família e uma amiga da minha mãe, olhando as mesas lotadas e garçons dançando entre elas, olho no prato vazio, branco e riscado e vejo o nada que navega por todas aquelas cabeças, e o sentimento de vazio que surge calmamente ao ver tudo aquilo, isso me faz lembrar o quanto sou dependente de tudo, a tristeza simplesmente do nada me domina, pela razão de que o tudo me fascina, e o nada me elimina, olhando aqueles rostos e aquelas bocas conversando as mesmas coisas repetidas que se foram ditas no dia, esperando uma comida pré-moldada, para saciar minha fome programada. A loucura de vez em quando faz isso comigo, some e me deixar navegando num mar percepções e contradições que deixam meu ser à beira do declínio, mas enfim a comida chegou e meu pensamento e minha mente, agora dormente novamente, volta ao ciclo viciado, que vicia a gente, até mesmo eu, poeta vadio.

O (a) bêbado (a)




Engraçado como as coisas tende a falar quando nos passamos da terceira garrafa de vinho, e como elas ficam lentas e sem graça, sendo todas elas com uma sinceridade sutil e ao mesmo tempo incrível, maldito seja o vinho que ao tomar, engana sua razão e alimenta sua boca para cuspir em mim, as palavras sinceras de um bêbado. Os cigarros jogados ao chão, as cinzas sujando a mesa, dando a ela uma cor não muito agradável, o cheiro que inala do meu corpo nada mais é que um cheiro mórbido, tudo que tem álcool é mórbido, a parede cinza é igual ao meu rebento, a porta aberta, escancarada, a casa vazia, a casa maltratada, choras, não eu, mas todo o resto que esta perto de mim, eu fumo um mais um cigarro me iludindo ao fim, me levanto num impulso irracional, e ando devagar, pois o mundo esta a balançar, em sua gangorra, eu andando atento, pois as paredes tende a se fechar, e o meu corpo que droga, continua insistindo em ir para trás, enquanto o que eu quero é ir adiante, mesmo que o adiante seja fruto da minha cabeça, ando pegando com afeto na parede, como se ela fosse alguém para mim, a que ponto cheguei, a lucidez tomou conta de mim, até que  fim conseguir chegar à sala, muito clara, queimava minha vista, andava em direção porta em quanto à luz me consumia afinal minha tristeza não tinha hora e nem dia, apenas ia, na solidão, caminhei para o cosmo e me desfiz em luz.

Momentos





Nos meus momentos de lucidez
Vejo meu corpo e minha alma
A louca loucura em escassez
As lucidezes que me acalma
Numa completa transmutação
Vejo tudo de uma só vez
Os tempos que passam em vão
Como se tudo fosse à alma
Mas a alma só tem uma vez
A vez do coração

24 de jul. de 2010

Desvios



Das rosas
Os espinhos
Dos corações
Os carinhos
Das pessoas
Os devios

O limite



O limite que separa você de mim
E a mesma que separa a razão da loucura
O nosso anseio delineia nosso fim
Você é minha insana e intensa cura
Nossos sonhos se encaixam
Na mais, ingenuidade, pura

O tempo


Da ilusão surgem momentos passageiros
Vêm-me realidades cada vez mais fracas
Meu corpo marcado de momentos ligeiros
As verdades cada vez mais raras
Fumo um cigarro para passar o tempo
Enquanto o tempo para

23 de jul. de 2010

A volta da noite




Andando por ai, indo de volta minha casa, olhando a ruas e as calçadas sujas vendo pichações, muros e paredes mal construídas, olhando rente o reflexo da lua, vejo o caminho deserto em que os ventos dançam na solidão, fazendo seu barulho tão sutil, nos meus ouvidos calejados, vejo o breu consumir minha visão, me iludindo ao meu objetivo, pois os meus olhos semi fechados não viam além da minha mão.
Ao passar um gato preto pulando de um muro a outro, fez meu coração acelerar, que eu senti meu corpo dormente há alguns segundos se apagar, parecia droga, alucinógeno, mas era adrenalina sussurrando nas minhas veias, e pregando peças na minha mente, dizendo que eu devia chegar, meus passos lentos se apressaram, meus olhos mortos ressuscitaram, olhava cada fresta, cada detalhe como se alguém tivesse a me olhar, paranóia, devia ser o sono, o cansaço, a fome e a noite, que insistia em me encantar, por alguns segundos cheguei a correr, na ânsia desesperada de chegar, minha visão já imaginava a esquina em que deveria dobrar, a noite era encantadora ao mesmo tempo ardilosa, mas razão chegou a me catucar, fugia do medo, afinal não tinha ninguém, mas naquele momento o ninguém era o medo, pois minha mente desenhava outro alguém, me fazendo assim a decantar e me devastava num jogo intricado que eu mesmo criei, depois de alguns segundos, que correram como se fossem horas, eu cheguei à esquina estreita, dobrei e fui em direção a minha casa, nessa parte da rua as paredes são brancas e estão já descascando, formando imagens aleatórias, a calçada batida, recém formada, quando levanto minha vista e vejo de longe o meu lar, correndo faltava-me o ar, estava a alguns passos, já não corria e o meu coração sossegado, chegando à frente da minha casa, pegava as chaves para entrar, entrei com uma pressa verdade, e entrei fechando rapidamente a porta, como se alguém quisesse me pegar, caminhava para porta da sala, meu corpo já desmoronava, e um sorriso nascia timidamente, quando de repente o som que não agrada, as batidas secas e bem marcadas na porta, meu cárcere privado se contraia, minhas veia entupidas de medo, meu sangue quente esfriava, meus olhos agora já turvos insistem teimosamente em se fechar, meu corpo caia e o som terminava, por alguns segundos só ouvia alguns passos que se afastava e sumia pelo mundo a fora, e depois o silêncio mórbido, enfim o dia surgia e assim começava, mas um domingo de carnaval.

22 de jul. de 2010

O cérebro ácido



O cérebro ácido mortificado
Não à pensamentos
A serem destruidos ou criados
Dissipados os momentos
Há somente o nada para desenvolver
E assim viver sua vida em falso
Servindo em bandejas prateadas
Guiando perante o nada
Seu cérebro numa bandeja quadrada
Idéias solúveis, momentos criados
Assim somos humanos desenhados
Traçados perante a linha desejo
Vivendo pro prazer
Sem nenhum ansejo