Os lúcidos seguidores

3 de nov. de 2013

Um segundo a frente



            A rua metafórica se transforma a cada grafite, e eu mudo a cada passo que dou, e por isso ando até o meu corpo fraquejar, ando no intuito de não ser aquele cara de um segundo atrás. Um segundo atrás eu era um cara qualquer, um segundo a frente sou o futuro, sou a resposta, sou uma ilusão.

2 de nov. de 2013

Cala-te

            
            O homem fala sem pensar, e assim cospe da sua boca, dizeres que comem as pessoas e as mostram a verdadeira dor, de morrer em vida, sofrendo ou chorando não sua dor, mas a dor do homem, que não sabe que as palavras cortam e também fazem sofrer.

            O homem sabe dirigir, sabe andar, sabe somar e sabe até dizer quando vai chover, o homem é quase fantástico, pois o homem ainda não aprendeu as coisas simples da vida, a ver o palmo a sua frente. O homem é tão pequeno, que vai matando os outros com palavras fracas, e que se engasga e se mata aos poucos, provando do próprio veneno que o seca, seco com uma fruta seca. As pessoas que ouvem o homem, apenas sentem pena. Eu sinto pena e fico com a vontade engasgada de dizer: Cala-te.