Nessa noite ao qual o crepúsculo negro cai sobre mim, como uma manta perfeita, alimenta meu cárcere e me satisfaz ao prazer sutil.
Ao longe um felino que desceu dos céus com sua cor fúnebre, e se equilibra no muro andando suavemente, desfilando sua exuberância provocadora para a dama noite, ao qual o contempla, com seu eterno silêncio de aprovação, ao longo de alguns milhares de segundos, andando tão perfeitamente com seus passos marcados, que pareciam ser ensaiados, ele passa manso com sua face em direção a minha, nesse instante vejo seus olhos negros que me seduzem a mais pura e complexa conformação. Eu soberano dele, e ele uma parte de mim, ao um pulo certeiro suas patas agarram meu ser, me acertou em cheio, ao cair vi a negritude cair comigo, minha alma agora negra, se funde a escuridão, no devaneio do meu cárcere, me vejo sutilmente pelo reflexo borrado do espelho, um tímido sorriso.
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