Os lúcidos seguidores

23 de dez. de 2011

A Rua



           
            Era sábado a noite sem dinheiro, sem camisa, sem vergonha e sem amigos, sozinho a andar tomava goles e mais goles de vodka, que descia queimando minha carne, me deixando acordado e quem sabe até um pouco sóbrio.
            Andava no intuito de talvez encontrar uma metade que me preenchesse, quando na verdade invés de outra pessoa, era para ser só eu mesmo, que devia me completar, a solidão era minha desculpa que eu tinha para meus atos, mas eu não me importava com isso, apenas andava, bebendo, mal se equilibrando até chegar ao fim, talvez o fim da rua, não sei bem ao certo, meus pés calejados não queriam mais andar, meu corpo anestesiado pela bebida, implorava pela sua dor, meus olhos turvos mal viam o horizonte, na verdade eles mal conseguiam ficar abertos.
            Andei até meu corpo pedir clemência, apenas andei, no fim da rua com fim das minhas energias e o fim da minha sobriedade, meu corpo sem nenhum controle, aos poucos caia, o chão foi ao meu corpo e o meu corpo foi ao fim.     
            Verdade que eu me perdi no vicio e no vicio talvez eu morri, bebi tantas que esqueci, que cada gole era um pretexto que usei para me iludi, talvez até para esquecer.

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