Os lúcidos seguidores

21 de fev. de 2012

Maria


            Maria, tola garota, brincava de bonecas aos dezesseis anos, achava que sabia tudo da vida, mas era a vida que sabia tudo dela, Maria era bonita, sua beleza contagiava e maltratava os homens que a desejavam, um corpo de mulher, uma cabeça de menina.
            A Mãe de Maria nos dias de sextas-feiras, viajava para o interior, a empregada tirava folga e apenas ela tomava conta da casa, varria, passava pano, nos tempos vagos até escrevia, escondia os textos a sete chaves no seu quarto, ela dançava enquanto ouvia o rádio, se divertia sozinha, não tinha muitas amigas, mal conversava com as pessoas do condomínio.
            Mas quando estava anoitecendo, o avental ficava largado lá cozinha, as bonecas socadas em uma minúscula caixa, suas roupas de menina ficavam todas lá, a maquiagem da mãe ficava toda remexida, Maria já não tinha os mesmo olhos inocentes, estava decidida, apesar de que a dúvida e a incerteza ainda cobria o seus atos, saiu as onze, marcada pelos passos, do barulho que os saltos faziam, toda menina tem desejos guardados e um dia eles ficam maduros, para em outro dia serem revelados, a pequena Maria, tinham muitos, maduros até demais que se estragavam, suprimido dentro do peito, aquilo a destruía. Ainda era cedo, o barzinho do zé em frente ao condomínio ainda estava aberto e os bêbados ainda bebendo e fazendo barulho, típico de sexta-feira a noite.
            Ah a noite passava na sua calmaria, o barulho cessava, o bar fechava, os bêbados caiam, a noite como uma criança, brincava, e depois de algumas horas, partia, o sol nascia queimando os olhos daqueles que tinham insônia.
            No outro dia, tudo voltava ao normal, ou quase tudo, o sol nascia por completo, mostrando os rastros deixado por ela, o batom caído e mal usado, de tantas vezes que ela tentou usar, acabou-o estragando, as roupas da Antônia todas jogadas e remexidas, apesar de que ela tentou colocar tudo de voltar no mesmo canto, era visível que alguém mexera em tudo, no quarto da mãe, só se notava o espaço vago em entre os tantos saltos que ela tinha.
            Umas dez horas, Antônia vai ao apartamento, esquecera seus documentos, depois de muito tempo apertando a campainha, entrou com a chave reserva que ficava com o vizinho, ao entrar pegou o jornal do dia e jogou na mesinha da sala, e foi procurar por Maria, revirou todo o apartamento, ligou para muitas pessoas e ninguém sabia dela, depois de muito desespero Antônia sai e vai procurar ajuda, no jornal em cima da mesinha, estava escrito em letras enormes: Garota jovem, morre ao tentar fazer programa.

2 comentários:

Graziele Kelly disse...

Adorei esse texto queria saber se posso coloc-lo no meu tumblr??

Lúcia Castelo disse...

Pode apenas coloque meu nome no fim e o link do texto :) fique a vontade