Os lúcidos seguidores

10 de set. de 2012

Dissimulada e oblíqua



            Ela me falou para eu ir, me disse com os seus olhos lavados, que eu era mais um alguém, a sua verdade estava estampada em seus olhos, a sua mentira escondida nas entrelinhas. Ela me disse sem pudor que eu era apenas mais alguém, que se iludira com o seu corpo, e o seu corpo não era de mais ninguém.
            Dissimulada. No momento crucial enfim pude ver, que eu fingia não ver, a verdade que os seus olhos estampavam, me sentir um bobo, por não ver a realidade em baixo do meu nariz. Me iludi com o corpo e esqueci da sobriedade. E assim parti, deixei para trás a isca que irá pegar mais um homem. Ela não me usou por dinheiro, pois sou pobre, não fez eu trabalhar para ela e muito menos exigiu caprichos, apenas me usou para saborear o amor bobo que os homens tem a lhe dar. Ela desfruta do gozo. Vive a manipular. Eis o prazer dela. O quão bom deve ser, saber que pode iludir homens tão facilmente, deve ser tão bom, que hoje ela necessite disso para se dizer “mulher”.

Um comentário:

Alice Bessa disse...

Muito bom, Lucas. Parabéns! Bjus ;*