Ela olhou pela janela e viu suas raízes morrerem, não
satisfeita e desiludida, mudou-se de corpo, como se o seu corpo, fosse algo que
pudesse mudar. Com novos olhos e uma nova perspectiva, caminhou silenciosamente
em direção a janela, um pouco tímida e sem jeito, segurando o braço e olhando
para trás, faltava-lhe coragem. Em um impulso do momento, deu alguns passos
para frente até enfim puder ver, a imagem que passava por aqueles vidros sujos
e velhos, da pobre e ingênua janela. Nesse dia o desgosto caiu sobre ela, mesmo
com outros olhos e um outro olhar, suas raízes ainda estavam a murchar, para
sua maior indignação, quase tudo mudará, estava tudo tão belo.
Suas raízes,
são suas essências e de nada adianta mudar o frasco, se o conteúdo continua o
mesmo. Triste, talvez cômico é não aceitar a realidade, desse nosso coração
selvagem. É triste ver flores se abrindo e ao abaixar as cabeças descobrir que
suas raízes de tão podres, já servem de adubo, para novas vidas.