Os lúcidos seguidores

14 de mar. de 2012

Meu esconderijo



O livros e mais livros guardados
Guardam um pouco do meu passado
Escondidos nas entrelinhas
E os frascos vazios de perfume jogados ao  chão
Denunciam minha tola vaidade
Que tenho por essa minha imagem
De rapaz de bem e de poeta lúcido, aparentemente louco
As roupas fora do cabine, o terno amassado
A gravata perdida e a cama toda pisada
Exprimem todo o meu cuidado
Cuidado sincero, diga-se de passagem
Ao fechar meu quarto e partir
Deixo nele alguma parte desse meu eu
Perdida entre as bagunças que deixei
Entrelaçadas nas palavras que ali escrevi
Guardadas na memória de minha escrivaninha

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