Os lúcidos seguidores

11 de abr. de 2012

A mulher da madrugada


           



            Ao me levantar da cama, me olho no espelho e no espelho me perco. Minha barba mal feita, minhas olheiras bem definidas e meu hálito horrível.
            Ao acordar de madrugada, fico a andar pelo quarto, a insônia me persegue, mas para me distrair um pouco, vou a janela ver as pessoas andando na rua da madrugada.
            Do outro lado da calçada tinha uma garota, bonita, cabelos grandes e negros, o seu jeito era meigo e sua feição me encantou. E ao olha-la me lembrei do meu grande amor, que me encantou no primeiro e devassador olhar. As duas eram lindas. A mulher atravessou a rua e foi para minha calçada, até o seu jeito de andar era parecido, rebolava quando andava, encantava os diversos olhos que ali ficavam presos a ela. Era linda. Na calçada cheia de homens, ela não caia no papo deles, era esperta, já se notava pelo seu jeito meio malandro. Da janela me esforcei o máximo possível para ouvir a voz dela, e que voz linda essa que ouvi, seria eu capaz de descer e rouba-la para mim! Mas por ironia do destino o meu novíssimo amor era barato demais, quando parou um carro, ela se vendeu para um rapaz, e foi com ele por alguns trocados. Depois disso foi dormir e esquecer as breves ilusões dessa vida.

2 comentários:

Jéssica do Vale disse...

As palavras em destaques
dão um quê de sentido
a mais em qualquer escrito.

Belo texto,
como sempre.

Carol Nery disse...

Fiquei chateada... Meu comentário se perdeu.
Obrigada pela visita. Gostei tanto, quanto gostei do seu texto.
Me trouxe um sentimento de uma grande metrópole, um prédio, e meus problema pra dormir. Eu acho...
Abraços.