Eles me
olham de longe e de longe ficam olhando a noite toda. Meus olhos ficam
impacientes varrendo todo o lugar, meu corpo fica quieto tentando fingir sua
existência e minhas mãos tremem, tentando numa desesperada ação me aquecer. Por
ironia do destino fez nascer uma fruteira perto do telhado, que nas poucas
horas de sossego me acorda, para me lembrar da minha tão pouco nobre situação.
Chorar? Não. Gritar? Tão pouco. Apenas se conformar, aguentar e lembrar que de
longe eles estão me olhando no alto claro e quente leito, enquanto eu, quase me
perco na visão dos mesmo. No meio da escuridão fria, aquecido por uma única luz
que fica acesa. Aquecendo meu corpo e quebrando a escuridão que me circunda e
se finda ao amanhecer.
Nenhum comentário:
Postar um comentário