Os lúcidos seguidores

7 de abr. de 2012

Um "pouco" longe de tudo


            
             Eles me olham de longe e de longe ficam olhando a noite toda. Meus olhos ficam impacientes varrendo todo o lugar, meu corpo fica quieto tentando fingir sua existência e minhas mãos tremem, tentando numa desesperada ação me aquecer. Por ironia do destino fez nascer uma fruteira perto do telhado, que nas poucas horas de sossego me acorda, para me lembrar da minha tão pouco nobre situação. Chorar? Não. Gritar? Tão pouco. Apenas se conformar, aguentar e lembrar que de longe eles estão me olhando no alto claro e quente leito, enquanto eu, quase me perco na visão dos mesmo. No meio da escuridão fria, aquecido por uma única luz que fica acesa. Aquecendo meu corpo e quebrando a escuridão que me circunda e se finda ao amanhecer.

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