Humm, nham nham, que prato cheio e
delicioso para meu belo post! O que devo fazer? Falar de arte? Falar
de Scott Pilgrim? O que, o que? Aí que dúvida cruel? Ok, já sei; vou falar sobre minha dificuldade de saber o que me decidir e
escrever? Não! Vou falar sobre um conto, de uma autora que eu
simplesmente AMO!
Um coração ardente de Lygia Fagundes Telles.
Lindo, simplesmente lindo, e introspectivo.
Aí vai um trecho dele:
“"Eu não sabia que não tinha vocação nem para político, nem para filósofo, nem para advogado, não tinha a menor vocação para nenhuma daquelas carreiras que me fascinavam, essa é a verdade. Tinha apenas um coração ardente, isto sim. Apenas um coração ardente, mais nada.”
Um coração ardente de Lygia Fagundes Telles.
Lindo, simplesmente lindo, e introspectivo.
Aí vai um trecho dele:
“"Eu não sabia que não tinha vocação nem para político, nem para filósofo, nem para advogado, não tinha a menor vocação para nenhuma daquelas carreiras que me fascinavam, essa é a verdade. Tinha apenas um coração ardente, isto sim. Apenas um coração ardente, mais nada.”
"Meu
filho Atos herdou o mesmo coração. Devo dizer-lhe que um coração
assim é um bem. Não há dúvida que é um bem, mas um bem perigoso,
está me compreendendo? Tão perigoso... Principalmente na
adolescência, logo no começo da vida, no tão difícil começo. Meu
pobre filho que o diga..."
Calou-se
apertando fortemente os lábios. Eu quis então romper o silêncio
porque sabia do que aquele silêncio se carregava, mas não tive
forças para dizer coisa alguma. O olhar do velho já denunciava as
tristes lembranças que o assaltavam: qualquer tentativa para
afastá-las resultaria agora inútil. E seria mesmo cruel.
"Ele
era inteiro um coração", prosseguiu o velho. "E foi por
saber tão bem disto que corri como um louco para casa quando me
disseram que Leonor tinha morrido” (…)
Ah, como eu me identifco com esse conto, com a descrição de o que é ser um coração ardente. Tudo é poesia, é encanto, e drama e dor.
Ano passado, eu fiz uma montagem, na época que eu estava aprendendo a fazer edição no Photoshop, e fiz justamente com trechos do conto.
Ah como é difícil entender essas pessoas que são só emoção. Às vezes a gente julga tão dramáticas, mas a verdade é que por mais “ridícula” que pareça a dor dos corações ardentes, pra eles doem de verdade e queima e machucam de forma assustadora e quando você realmente conhece um coração assim, você entende, assimila e até sofre junto.
Lembro de ter conhecido um, e esse coração ardente é encantador. Mas me preocupo por que o que pra nós parece tão simples, pra ele é tão complexo e às vezes doentio. As dores têm gosto de morte e as alegrias têm gosto de paraíso. Por muitas vezes perco a calma com esses corações, mas lembro que não é fingimento, mero drama pra chamar a atenção, mas sim, verdadeira dor. Eles não possuem dimensão. São INTENSOS. São Poesia pura, falando nisso, lembro quando me disseram:
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