Antes de
ver o abismo que a separava, ela pensou naqueles segundos sobre sua vida, um
resumo de no máximo dez segundos. O corpo pendia para uma só direção, a mente
se apagava, para que nenhuma lucidez pudesse atrapalhar o momento decisivo. Ao
longe todos a viam, uns gritavam, outros faziam gestos, eram apenas uma plateia
de uma drama comum.
Os prédios
de longe a viam como um ser pequeno e intruso naquela homogeneidade. Ao ver o
seu destino, aquilo que agora já não podia mas conter, veio o doce arrependimento.
O mundo caia e caia, até chegar ao seu fim. O fim que para ela era a sua
salvação, que em poucos segundos tornou um erro. A doce menina que se iludiu
com o mundo, foi expulsa dele. Ela tinha certeza, nos poucos segundos ela
descobriu que suas certezas eram dúvidas camufladas. Uma ignorância, um erro,
uma vida, um fim comum e um arrependimento tardio. Logo em seguida o sol se
põem entre os prédios. E a escuridão reina na cena trágica
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