Os lúcidos seguidores

22 de dez. de 2013

A feia e o poeta



            Em um dia qualquer, uma garota aproximou-se de um poeta, olhou fixamente em seus olhos e disse que ele era feio, de uma forma debochada e fútil. O poeta, apenas riu da situação. Deve ter sentido pena, deu para ver em seus olhos. Pena de notar que ela só ver a boa e velha carcaça que nos limita ao mundo. Tive pena dela logo em seguida ao fato e ainda tenho. Mais pena tive eu ao observar que dentro dela, era tão feia, que comparada ao poeta, ele era o rei na terra dos bonitos. Se sou feio ou bonito, pouco me importa, afinal minha beleza interior é para poucos admirarem, a exterior é a consequência da vida. Imagino o quanto bonito deveria ser o poeta por dentro. Um rei, talvez.

            Tão fútil foi essa garota, que até agora tempos depois sinto pena dela. Se destruindo em maquiagens, mascaras, carcaças e tudo aquilo que possa a deixar mais atraente, para ela vender o seu corpo, como se vende um produto. Sim, muito triste, ver uma mulher se acabar com a futilidade que a vida dar. Agora só me resta o sentimento de pena, daquela desconhecida. Ela era uma ilusão barata, que se compra na revistinhas da Avon.

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