O velho e habitual clichê da noite inspiradora, esse é o
meu velho dilema.
Não sei se estou ficando velho ou se minha cabeça é que
não evolui, mas certas noites para mim são como dia, sempre tendo algo querendo
queimar meus olhos. Por isso durmo cedo para acordar cedo, ironicamente com a
luz rasgando os meus olhos. Porquê aquilo que me inspira, me repele? Afastar do
negro é afastar de mim, a minha essência solitária, a alma de um poeta vadio.
Depois de um tempo perdido na minha própria infâmia, vi o
quanto fui ingênuo, pois sempre foi assim, a noite é minha repulsa, é algo que
me completa, mas que não é natural de mim, e sim algo colocado por mim, pois só
assim, me sinto poeta. Escrevendo nas noites vagas e silenciosas, palavras que
transbordam do meu ser.
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