Os lúcidos seguidores

2 de out. de 2011

Amante rejeitado



           Um amante rejeitado, esquecido na sua cama, assim sou eu agora. A pensar e me martirizar imaginando ela com seu eterno e fiel marido, e eu o amante que passou e ficou, sozinho rejeitado nesse quarto, olhando pela janela velha o céu, que agora me consola, por ter sido tão humano. Eu conto perfeitamente o tempo que passa, cada segundo, cada minuto que me fiz de objeto para seu prazer. Me lembro como se fosse hoje, os dias que você jurava seu amor efêmero para mim, e eu numa dose ridícula de esperança, acreditava quase que cegamente nas suas falsas juras de amor, ao qual se esvaíram, como se esvaiu seu gozo.
           Um amante nunca pode amar, nem viver, apenas sentir prazer, e se conformar de que você tem o ser, o corpo, o cárcere, mas nunca vai ter o imo, afinal ser amante é brincar de ser feliz, só brincar mesmo.

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