Deitada ao
chão, ela se sentia vazia. O vento batia e a levava. Sua cabeça sem nexo,
viajava. O seu olhar torto, tentava de toda forma, manter o horizonte na
vertical. O seu corpo caia e caia num abismo sentimental e ela num desespero
tentava se agarrar com os abraços esticados, mas de nada adiantava, ela
continuava a cair, em pleno asfalto plano. Os seus sentidos, aguçados
atormentavam, ilusões passageiras, dores eternas, medo, agonia, tristeza e a
lucidez que partiu, aboliu daquele corpo, e se fez livre. A droga consumia o
sangue vermelho daquela pobre mulher. E ela apenas tentava sobreviver, se
agarrando nas arestas, gritando por socorro, esperando o fim. O fim da noite. O
fim da lombra. O fim de uma possível vida, para surgimento de outra.
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