Os lúcidos seguidores

12 de jan. de 2013

A mulher do poeta imaginário



Quando sentava para imaginar
Inventava sempre um poeta
A lhe ludibriar com versos sutis
O mundo era apenas uma carta certa
Escondida na manga, para depois usar
Quando falava, escolhia na sorte suas palavras
Palavras que ela mal sabia usar
A água a purificava, a limpava, a matava
Mata doce menina, revive mulher, matar
Lágrimas salgadas misturadas com a água doce do chuveiro
E a noção de viver lhe faltava
Faltava a razão da equação que era sua vida
Sempre esquecia, que tinha que viver
Mas nunca esquecia o que tinha que esquecer
O tempo a batia e a deformava
A deformação nos olhos do tempo
E a transformação nos olhos da alma
A alma vazava e a entregava  
Quando imaginava um poeta
Seus olhos escorriam, lágrimas
Dormia a se ludibriar com as palavras



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