Ao se apoiar na janela ela
esperava o monstro surgir da lagoa
Tinha a certeza de que tudo
ira acontecer
A casa sozinha chora por
companhia
Dentro da casa habita uma
alma, a chamar por outra
Uma alma calada, paredes
riscadas e uma janela escancarada
Sem portas, sem divisórias e
só paredes a desenhar o branco
Da janela ela grita, ela
pede, sua alma vaza
Vaza como água de um
reservatório, apenas vaza
Uma expressão, mil palavras
Ela é o que é, sem
fundações sólidas, ela flutua
A vida continua, e as paredes
continuam brancas a desdenhar
A janela que se fecha somente
na escuridão
Pois o cansaço do sono é o
mal de todos os homens
A casa se fecha, o corpo se
enrola
E a certeza agora já é tão
certa assim
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