Os lúcidos seguidores

10 de jan. de 2013

Janela da alma





Ao se apoiar na janela ela esperava o monstro surgir da lagoa
Tinha a certeza de que tudo ira acontecer
A casa sozinha chora por companhia
Dentro da casa habita uma alma, a chamar por outra
Uma alma calada, paredes riscadas e uma janela escancarada
Sem portas, sem divisórias e só paredes a desenhar o branco
Da janela ela grita, ela pede, sua alma vaza
Vaza como água de um reservatório, apenas vaza
Uma expressão, mil palavras
Ela é o que é, sem fundações sólidas, ela flutua
A vida continua, e as paredes continuam brancas a desdenhar
A janela que se fecha somente na escuridão
Pois o cansaço do sono é o mal de todos os homens
A casa se fecha, o corpo se enrola
E a certeza agora já é tão certa assim

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