Os lúcidos seguidores

20 de dez. de 2013

Mesa de bar


            Ele ouviu cada música, como se cada música fosse uma parte de sua vida. Uma nova música, um novo recomeço. Ele se desfez nas letras jogadas ao vento, e se refez nos sentimentos baratos que transbordavam no copo a sua frente. Virava o copo duma vez, tentando se embriagar. Mas antes mesmo de beber alguma coisa, ele já estava com a alma de um embriagado.
            Garçom- Chamou ele.
            O garçom que atendia o bar vazio, estava sentado assistindo televisão, se levantou e foi em sua direção.
            Diga senhor! – disse ele educadamente.
            Se eu me ausentar daqui e não puder me lamentar desses prazeres ingratos que a vida meu deu - deu uma pausa para virar mais um copo – por favor guarde o meu lugar. Ninguém além de mim, vai puder se lamentar.
            Sim senhor – disse o garçom se retirando.
            Ele sorriu e gritou: - O bar é meu, quem não concordar, que não concorde, mas que essa é a verdade, em que eu acredito.
            O garçom ficou olhando com uma cara de desprezo.

            A cadeira em pouco tempo ficou ausente, mas daquele dia em diante já tinha dono, mesmo que não estivesse mais em corpo presente.

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