Ele ouviu
cada música, como se cada música fosse uma parte de sua vida. Uma nova música,
um novo recomeço. Ele se desfez nas letras jogadas ao vento, e se refez nos
sentimentos baratos que transbordavam no copo a sua frente. Virava o copo duma
vez, tentando se embriagar. Mas antes mesmo de beber alguma coisa, ele já
estava com a alma de um embriagado.
Garçom-
Chamou ele.
O garçom
que atendia o bar vazio, estava sentado assistindo televisão, se levantou e foi
em sua direção.
Diga
senhor! – disse ele educadamente.
Se eu me
ausentar daqui e não puder me lamentar desses prazeres ingratos que a vida meu
deu - deu uma pausa para virar mais um copo – por favor guarde o meu lugar.
Ninguém além de mim, vai puder se lamentar.
Sim senhor –
disse o garçom se retirando.
Ele sorriu
e gritou: - O bar é meu, quem não concordar, que não concorde, mas que essa é a
verdade, em que eu acredito.
O garçom
ficou olhando com uma cara de desprezo.
A cadeira em pouco tempo ficou
ausente, mas daquele dia em diante já tinha dono, mesmo que não estivesse mais
em corpo presente.
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