Um corpo mergulhado em sua infinita solidão, inconformado
com o destino, um admirador do por do sol e dos amanheceres. Um corpo. Um copo
vazio, que sente falta do liquido que o preenchia. Um copo. Um corpo limpo que
bebe somente água que deus fez e não bebe mais o aguardente, que o homem criou,
pois seu corpo agora é um vidro frágil.
Os lúcidos seguidores
29 de dez. de 2013
25 de dez. de 2013
Minha loucura sensitiva
Me perco
dentro das minha sensações, e de vez em quando beiro ao racional, me dá uma
angustia só em pensar nisso, uma ânsia de vômito.
Ser lúcido
é ver sem ilusões, é ver cada um na sua verdadeira forma de ser. Quão feio devo
ser eu sem ilusões dos olhos que me cercam, quão terrível deve ser esse mundo
sem as ilusões que a tevê me proporcionou. Por isso me perco dentro das minha
sensações, da minha loucura sensitiva e me faço de cego para ao racional.
22 de dez. de 2013
A feia e o poeta
Em
um dia qualquer, uma garota aproximou-se de um poeta, olhou fixamente em seus
olhos e disse que ele era feio, de uma forma debochada e fútil. O poeta, apenas
riu da situação. Deve ter sentido pena, deu para ver em seus olhos. Pena de
notar que ela só ver a boa e velha carcaça que nos limita ao mundo. Tive pena
dela logo em seguida ao fato e ainda tenho. Mais pena tive eu ao observar que
dentro dela, era tão feia, que comparada ao poeta, ele era o rei na terra dos
bonitos. Se sou feio ou bonito, pouco me importa,
afinal minha beleza interior é para poucos admirarem, a exterior é a
consequência da vida. Imagino o quanto bonito deveria ser o poeta por dentro. Um
rei, talvez.
Tão fútil foi essa
garota, que até agora tempos depois sinto pena dela. Se destruindo em
maquiagens, mascaras, carcaças e tudo aquilo que possa a deixar mais atraente,
para ela vender o seu corpo, como se vende um produto. Sim, muito triste, ver
uma mulher se acabar com a futilidade que a vida dar. Agora só me resta o
sentimento de pena, daquela desconhecida. Ela era uma ilusão barata, que se
compra na revistinhas da Avon.
21 de dez. de 2013
A covardia em pessoa
Ele de
certa forma foi covarde, fugiu quando pode, se calou quando não devia, mas
todos as pessoas querem sobreviver. Ele não seria diferente. Fugiu para viver,
se calou para não morrer, foi covarde para poder contar sua história depois.
Foi mentiroso em dizer que é corajoso, mas foi verdadeiro quando disse que não
era santo. Bebeu todas quando não podia, parou de beber quando não tinha mais
pinga. Essa é a lógica de Luiz, viver pelo prazer. O prazer de viver, no meio
de lobos e ovelhas.
O lutador
Ao deitar
no chão, o seu corpo se entregava, como em um lutar em que o adversário batia,
não três vezes, mas várias vezes ao chão, terminando assim o combate. Do chão
você via os punhos que lhe derrubaram, sendo levantados e glorificados pelo
feito. Era assim que o corpo estendido se sentia, de longe via os punhos
erguidos e em sua face apenas a vergonha, só faltava a plateia.
Nessa luta
o adversário era um espelho, o sangue faltava. O ringue não tinha limites
definidos. Nem mesmo tinha alguém para lhe sentar no banquinho e colocar gelo
na sua nuca e dizer em seus ouvidos, algumas mentiras motivadoras.
20 de dez. de 2013
Mesa de bar
Ele ouviu
cada música, como se cada música fosse uma parte de sua vida. Uma nova música,
um novo recomeço. Ele se desfez nas letras jogadas ao vento, e se refez nos
sentimentos baratos que transbordavam no copo a sua frente. Virava o copo duma
vez, tentando se embriagar. Mas antes mesmo de beber alguma coisa, ele já
estava com a alma de um embriagado.
Garçom-
Chamou ele.
O garçom
que atendia o bar vazio, estava sentado assistindo televisão, se levantou e foi
em sua direção.
Diga
senhor! – disse ele educadamente.
Se eu me
ausentar daqui e não puder me lamentar desses prazeres ingratos que a vida meu
deu - deu uma pausa para virar mais um copo – por favor guarde o meu lugar.
Ninguém além de mim, vai puder se lamentar.
Sim senhor –
disse o garçom se retirando.
Ele sorriu
e gritou: - O bar é meu, quem não concordar, que não concorde, mas que essa é a
verdade, em que eu acredito.
O garçom
ficou olhando com uma cara de desprezo.
A cadeira em pouco tempo ficou
ausente, mas daquele dia em diante já tinha dono, mesmo que não estivesse mais
em corpo presente.
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